Para o funcionamento da sociedade, por menor que ela seja, é necessário que haja uma organização e consenso nas relações entre os seus indivíduos. Como no reino animal, podemos afirmar que sua estrutura permanece inalterada, independente de se tratar de um regime democrático, teocrático ou ditatorial.
Basicamente, ela se da por conta da junção de um grupo de indivíduos unidos e organizados permanentemente para realizar um objetivo em comum, porém, os papeis desempenhados pelos seus indivíduos serão influenciados por ações externas e definidos de acordo com a influência de algumas variantes individuais de cada ser, como sua função, papel de acordo com o seu grau de instrução, escolhas, aptidões, inclinações, fazendo com que essa roda gire incessantemente sem parar.
O escritor e filósofo israelense Gad Adler, analisa que seja através da religião, cultura ou regimes políticos vigentes, independente do período histórico, estes por sua vez, possuem um papel fundamental de unidade de medida, que funciona como a régua que irá delimitar até onde um indivíduo em toda a sua individualidade poderá seguir.
De um modo geral, ele exemplifica que em todas as esferas sistemas, existem ganhos e perdas, avanços e barreiras que influenciam diretamente no individual, por exemplo na democracia, o valor de uma pessoa será perante seus atributos alcançados e para com a sociedade, em regimes de autoritarismo e ditatoriais, seria com uma relação de mais responsabilidades e empenho para com as funções do estado, mas que em ambos os casos um conjunto de leis e regras limitantes de acordo com as exigências de cada modalidade.
Fatores culturais e religiosos também servem como agentes mediadores, mesmo sendo de escolha íntima e pessoal, exemplificando melhor, para os cristãos, a igreja trabalha em função do individualismo, porém mediados por um conjunto de regras. Em outras religiões como o islamismo, existem outros conjuntos de regras, podendo ser com condutas mais restritivas, visando uma aproximação mais com o coletivo, mas no mesmo caso também com funções limitadoras do individualismo.
Em tempos de pandemia, essas questões sobre a individualidade, abrem um ponto de discussão do ponto de vista que é necessário uma conscientização a respeito das limitações das vontades próprias em prol de um bem comum.
Regras de convívio social pré determinados como o isolamento social, proibição de aglomeração, utilização de máscara para proteção de si e dos outros entre outras medidas de prevenção da proliferação do vírus COVID19, que esbarram e muitas vezes no desejo individual e são confundidas com cerceamento dos direitos básicos e pessoais de cada um de ir e vir.
A organização dessas ideias geram diversas discussões que vão muito além e uma importante reflexão sobre o nosso papel, obrigações e responsabilidades enquanto ser humano perante a sociedade e o mundo em que gostaríamos viver.
Esse estudo não tem o objetivo de julgar certo ou errado e sim buscar um ponto de equilíbrio, para quem sabe um dia alcançarmos resultados e acertos.
As pessoas tem o dever de lutar pela democracia, valorizar a liberdade e a sua singularidade, principalmente no campo da expressão, mas tendo em mente que o conjunto de regras sociais servem para que não vivamos na anarquia de ideias fazendo o que se bem entende, o que também acarreta consequências negativas e são portas abertas para o autoritarismo.
Post Comment