Pioneira na publicidade e design no Brasil apresenta sua coleção de ilustrações -

Além de obras impressas e digitais a mostra conta com fotografias autorais

O mercado publicitário brasileiro mudou muito ao longo das décadas, para sobreviver ao meio, o profissional de publicidade deveria ser inovador e criativo, uma vez que os recursos tecnológicos eram escassez em relação aos dias atuais.

Verbas altíssimas eram destinadas a produções praticamente hollywoodianas, os anos 80 e 90 foram o celeiro de grandes projetos que renderam premiações no âmbito (inter)nacional.

Em um período que não existia a internet, a projeção vinha através de projetos televisivos na qual os grandes nomes da publicidade doavam todo o seu talento e empenho para filmes comerciais exibidos nas emissoras de todo o país.

A designer, fotógrafa e artista plástica Celia Monte foi um desses nomes na qual ainda jovem cursou o IAD (Instituto de Arte e Decoração), uma das alunas de maior destaque, foi convidada por Odorico Mendes, co-proprietário da Fathon Filmes para integrar parte de sua equipe na produtora.

Em seu portfólio como coordenadora, ao longo de doze anos, foram realizados comerciais para clientes como Volkswagen, Hollywood, Calvin Klein e outras grandes marcas.

A artista plástica não foi só responsável pela produção, mas também pela cenografia, design e até mesmo a direção de arte de algumas peças publicitárias.

“ Naquela época não haviam faculdades específicas, as pessoas gostavam do que faziam. E tinham que ser bons, pois a tecnologia não tinha os recursos atuais. Para se misturar as tintas e chegar em um tom específico era puro olhar, conta a designer”

Ao longo da sua carreira, possui uma coleção de estatuetas na qual se destaca entre eles o famoso Leão de Ouro, Célia conta que foram tantos e que alguns não fez questão de ir receber até hoje, pois afirma ela não gostar muito dos holofotes:“ Eu nem fui buscar. Eu gosto de fazer e não curto essa coisa de aparecer”. A sua discrição também se estende a sua vasta coleção de ilustrações, na qual ela diz que prefere os números.

“ Eu nunca utilizei nomes para minhas coleções, eu registro uma foto, ou crio uma ilustração e utilizo o prefixo mais um número, que já estão em muito mais de cem”

Seus trabalhos também chamaram atenção da vice-presidente do Grupo Abril, Fátima Ali, que a convidou para ser responsável pelo design icônico prédio da antiga MTV, no bairro do Sumaré. No auge da internet no Brasil, Celia juntamente com Paola Victorelli também foi uma das percursoras das web séries, hoje muito comum e queridinha nas redes sociais.

Ela ainda lembra que entre outros projetos de freelancer chegou a dividir espaço com grandes nomes do cinema atual como: César Charlone, diretor de fotografia de Cidade de Deus e o próprio Fernando Meirelles, que iniciou sua carreira na publicidade.

Atualmente se dedica as artes plásticas e virtuais e expõe suas obras a convite em algumas galerias pelo mundo à fora e disponibilizou parte de seu acervo em NFT, onde colecionadores podem ter uma arte original para poder chamar de sua.

Instagram: @montecelia