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Uma carta aberta a quem interessa a liberdade

Uma carta aberta a quem interessa a liberdade

Com o cenário atual do conflito entra a Ucrânia e a Rússia, uma discussão geopolítica vem à tona que vão muito além das sanções, disputas territoriais, questões ideológicas, políticas e acordos internacionais não respeitados. Existe o despertar de uma discussão filosófica e moral especialmente no que diz respeito à liberdade. De um lado o ocidente responsabiliza a China e Rússia de não respeitar as liberdades individuais das pessoas, do outro o oriente culpa o ocidente, principalmente os Estados Unidos de impor a sua vontade como se fosse dono do mundo.

Esse debate nos faz refletir sobre temas como:

1.   1. A liberdade é mais importante valor de um regime?

2. O que o próprio povo pensa a respeito do seu regime? Levando em conta cultura e história

3. Existe liberdade no ocidente?

Para podermos responder essas três perguntas, devemos analisar os últimos acontecimentos.

Como filosofo, percebo que ao invés das pessoas firmarem uma opinião baseada em valores, cada vez mais elas justificam a suas ações com falsos valores baseadas no calor da emoção, como por exemplo, uma torcida em um jogo de futebol.

O perigo dessa atitude é gerar uma leitura errada da realidade e dos acontecimentos, podendo acarretar em consequências danosas e como vimos no caso de um conflito, trazendo sofrimento para muitos inocentes.

Em um dos seus textos, o professor e filósofo Isaiah Berlin fala que é mais importante para o agricultor à beira do rio Nilo um novo par de sapatos do que a liberdade. Em outras palavras, ele quis dizer que o desejo de um indivíduo de ser seu próprio guia requer um alto grau de autoconhecimento e a existência de uma vontade autônoma do indivíduo.

Para centenas de chineses e russos que conseguiram sair da linha da pobreza mesmo sob o regime comunista do Senhor Putin, parece uma resposta clara.

A preocupação de liberdade parece soar como um problema para os ricos, tanto quanto assunto como: globalização, aquecimento global, meio ambiente, veganismo, etc…

É muito fácil para um homem ou uma mulher com dois carros na garagem, poder de decisão, comida na mesa, na qual as suas sobras poderiam alimentar uma família na África, se preocupar apensa com o futuro do nosso planeta. Infelizmente essa não é a condição de mais de 70% da humanidade, que se preocupam com o que comer hoje.

A própria história é testemunha de um dos maiores roubos da antiguidade. Não obstante, o ocidente viveu séculos à custa de outras nações. É muito fácil um país, que após anos de exploração de um continente inteiro, eliminando sua população local, escravizando, extraindo suas riquezas, ter um ótimo sistema de saúde, educação, civilidade, jogados na cara de qualquer turista que já foi visitar o Louvre em Paris.

Quer dizer que a história não é escrita a partir de hoje? Mesmo nos dias de hoje, não tem muito tempo, os americanos invadiram o Iraque sob um pretexto que nunca foi comprovado contra a decisão do conselho de segurança da ONU.

Foram usadas armas cuja moralidade é duvidosa, matando centenas de civis e os Estados unidos nunca foi condenado da mesma maneira como tem sido feito hoje em dia com outros países. POR QUÊ?

Mas voltando ao tema, qualquer regime, tanto por razões ideológicas como por benefício ou a falta dele, vai ter seus opositores.

Sejam os russos ou os chineses, sempre que se tratar de uma questão nacional, eles sempre apoiaram seu país com o bem o mal, assim como nós fazemos no ocidente.

Mas se pararmos para refletir: Será que existe mesmo liberdade no ocidente?

Até os anos noventa era bem nítida a liberdade de opinião no ocidente, frente às restrições de manifestação de opinião própria nas ditaduras do oriente.

Com o advento do politicamente correto essa base moral foi ruindo afetando todos os campos, inclusive o religioso. Um grande número de pessoas vem se perguntando isso há anos, por que há liberdade de falar sobre D´us?  Qual a necessidade da ridicularizarão de seus fiéis com piadas sobre D´us?

Mas, no entanto, nota-se uma proibição ativa via leis de opinar sobre minorias. Quem realmente é esse ser ungido para falar o que se pode e o que não falar?

Como exemplo, a pandemia foi um demonstrativo quanto às questões de tratamentos, soluções e vacinas, na qual apensa uma opinião foi considerada válida, as outras demais foram bloqueadas condenadas e até julgadas.

A falta de liberdade de expressão estaria mais próxima a uma ditadura do que a liberdade vastamente empregada.

Esse conjunto de atitudes confrontou a base moral do ocidente e assim foi interpretado pelo oriente. Lógico, que existem outros fatores como sócios culturais, valor, honra, patriotismo, resistência, economia, entre outros, valorizado no oriente que dificultam a leitura da situação por parte daqueles que vivem no ocidente.

Em resumo, a maioria das pessoas ditas de bem não estão realmente interessadas nessas questões e sim em seu próprio bem estar, viver confortavelmente  no que se diz respeito ao lado material como o espiritual.

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Nascido em Jaffa, Israel, Gad Adler é filósofo, terapeuta motivacional e palestrante.Formado em Filosofia e História das Religiões pela Universidade de Tel Aviv, escreveu o livro “Você não pode tudo!Mas pode e merece ser feliz.“; é criador do método Melhor Maneira de aperfeiçoamento emocional para uma vida melhor, além de administrar o site:www.melhormaneira.com.br com conteúdo motivacional e que leva o mesmo nome da técnica.

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