×

Deus não está morto

Deus não está morto

Desde o mundo antigo o moral humano é a reflexo de uma inteligência superior. Está sempre onipresente em vários aspectos da comunidade na forma da natureza, entidades, os próprios astros como Sol, Lua, etc. Com a evolução e a formação de nações essa noção de inteligência e seu reflexo vieram na forma de deuses em diversas sociedades históricas.

Esses deuses que muitas vezes tinham formas humanas e carregavam sentimentos, paixões como dos mortais. Em algumas civilizações essa crença seria o grande motivo de sua decadência, já que, estes seres superiores praticamente compartilhavam dos seus erros e acertos.

Com Moisés e a diáspora é revelado um Deus cósmico e monoteísta que traz não só leis, como uma gama de comportamentos e costumes através da Bíblia sagrada, que para cultura judaico-cristã, funciona como um manual, entre outras coisas algumas leis regularizavam a vida econômica. Em diversos trechos do seu texto era citado dízimos para pobres, a situação dos escravos e muito mais.



Se visto de outro aspecto que não seja o religioso, esse pensamento viria para suprir o vácuo da decadência causada pelas culturas pagãs. Essa perda referência divina de equilíbrio era muitas vezes inserida no livro sagrado através das parábolas ou histórias de cidades destruídas, como Sodoma e Gomorra, uma verdadeira tradução da distorção moral.

Passaram-se mil e quinhentos anos e muitas variações entre religiões, cultos e seitas que traziam uma baliza de diretrizes, isso no âmbito ocidental, (para analisar o oriente é necessário um estudo e discussão muito mais ampla).

Durante a Renascença a valorização do indivíduo era o centro do universo e muitas vezes o próprio poder central do Estado, a Igreja, era criticada de forma velada por grandes artistas do período. Grandes artistas como Leonardo Da Vinci, Michelangelo, esconderam informações que remetem a valorização do homem e o afastamento de Deus.

Entre um período de quatrocentos a quinhentos anos o indivíduo é inserido como protagonista e a Igreja, que tinha o poder máximo, é deixada de lado. Esta necessidade de anulação da religião onde o homem passa a ser a sua própria divindade ele elimina o conceito de força exterior. E assim dizia Nietzsche, Deus morreu!

A “morte divina” trouxe uma substituição que continua perdurando em sociedades atuais, os modelos econômicos que se tornam a base da moral, o socialismo e o capitalismo. Teorias econômicas trazem uma série de problemas quando se tornam referências para o ser. Elas não trazem dentro delas a visão da evolução e o conceito de eternidade. Elas traduzem somente o agora, ou o curto prazo.



Também é gerada a nulidade do sistema de recompensa e castigo, mais conhecido em simples palavras por bem e mal, (sem importância se as crenças divinas são criadas ou reais, mas sim como mero regulador social). Ou seja, se em uma sociedade os valores morais são extintos a base é o valor econômico e isso gera uma série de distúrbios na comunidade.

Um grande exemplo desta referência é um garoto que mata por um par de tênis, para ele o que o completa como pessoa é apenas ter o aquele determinado objeto com valor agregado. Isso explica o modelo de novos deuses ou demônios de terno e gravata que podem cometer qualquer crime, mas aparecem bem vestidos e de ternos e carros de luxo e continuam venerados e respeitados. Mas muito mais do que isso em um mundo em que os recursos são limitados cria-se uma geração de pessoas frustradas.

Em um lado o socialismo que promete a igualdade geral através do” Deus” Estado e acaba por se transformar em uma opressão onde somente o “clero” comanda e tem acesso aos recursos já o povo vive em escravidão permanente. Do outro o capitalismo torna o cidadão escravo do Deus dinheiro e produtos através da eterna promessa do sucesso inatingível.

O autor deste artigo sugere uma busca de referência interna que se relaciona com o divino e transpassa as novas vestes da divindade econômica em ordem de chegar a felicidade plena.

 

Redação
+ posts

Post Comment

You May Have Missed